Quem odeia história, pula essa parte!
Era uma vez um povo que lutou ferrenhamente durante quase oito séculos na tentativa de defender o seu território. Eram os espanhóis…
A grosso modo a história é a seguinte: os muçulmanos se espalharam pela Península Ibérica e de lá não queriam mais sair… bem pelo contrário, só queriam dominar mais e mais terras. Durante séculos os cristãos tentaram retomar o território. Conseguiram, é verdade! Mesmo depois de longos, absurdos e violentos 800 anos. É o que nos livros de história chama-se de “reconquista”.
Esse processo foi fundamental para tornar a Espanha um Estado. Ou seja, a Espanha surgiu após uma emocionante e sangrenta batalha!
Bueno, agora vamos falar de Covadonga!
Covadonga é uma pequena vila no noroeste de Espanha. Uma vila que fica quase escondida entre gigantescas montanhas. Foi ali que os cristãos espanhóis venceram a tal batalha contra os Mouros.
Pois foi justamente nessas montanhas que um príncipe resolver se esconder. Escolheu uma gruta para fazer de moradia improvisada e chamou um pequeno número de fiéis dispostos a morrer na batalha para ali se esconder com ele. Em Covadonga o grupo se instalou. Mas não era só de coragem que essa gente vivia. Os lutadores tinham medo de morrer, sim. Por isso levaram para a gruta uma imagem da Virgem Maria. Vai que a Virgem Maria ajudasse a proteger os fiéis.
E não é que foi justamente isso o que aconteceu? Conta a história que a imagem da Virgem Maria fortaleceu os fiéis para que eles tivessem ainda mais força na luta contra os mouros.
Calma, a história não acaba por aqui. É mais emocionante que uma novela!!!!
Os árabes eram em muitos. Muito mais que os espanhóis. Os cristãos ficaram escondidos na gruta esperando que os árabes ali entrassem. A gruta era estreita e de difícil acesso. Em meio ao combate, houve um terremoto. Sim, um terremoto! E parte da montanha desabou, soterrando um terço dos mouros atacantes (é o que diz os livros de histrória. Se isso aconteceu mesmo, aí são outros 500).
Os espanhóis se deram bem nessa guerra e o príncipe (aquele que teve a idéia de se esconder na gruta) foi proclamado rei das Astúrias. É o Rei Pelayo!
A guerra continuou por muitos e muitos anos. O detalhe é que aquela gruta em Covadonga se tornou um santuário até hoje visitado por milhares e milhares de turistas que sobem o morro para conhecer a tal caverna da batalha.
A cada dia 8 de setembro celebram-se peregrinações para a Virgem Maria até o santuário.
Exatamente no dia 8 de setembro de 2009 fui conhecer Covadonga. Subi o gigantesco morro junto com milhares de fiéis. A cena é emocionante! E a vista, bom…de perder o fôlego!
No alto de rochedos gigantescos fica o santuario, a caverna onde os cristãos se esconderam. A gruta é fria e escura, iluminada apenas por centenas de velas que levam o visitante ate a imagem da Virgem das Batalhas.
Entre as frestas nas pedras dá para se ver o penhasco na paisagem.
Aliás, como já é de costume, a história e a fé ajudam a movimentar a economia local. Com milhares de fiéis atravessando seguidamente o santuário tudo é motivo para a venda. Cartões postais, chaveiros, canetas e tudo mais que se possa imaginar relacionado ao lugar misterioso.
Se um dia chegares a ir a Covadonga não deixe de entrar na caverna. É obrigatório! E na saída, beba a água pura que brota de uma fonte. Dizem que é a mesma fonte que há milhares de anos matava a sede dos cristãos espanhóis que viviam escondidos na gruta.



Marcus, conheço Covadonga! Tens razão o local é belíssimo e vale a viagem. A região das Astúrias é rica em cultura e gastronomia. Bom não esquecer de tomar um Sidra Asturiana pelas redondezas.
Acabei de chegar e adorei, mas da Sidra não fiquei fã 🙂
ahh que ótima notícia! Espero que tenhas aproveitado!!!